Como as comunidades podem impulsionar a marca empregadora das organizações

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Caio Infante, cofundador da Employer Branding Brasil, Caroline Cabral, Employer Branding da Hotmart e Renan Vidmontas, Tech Talent do Mercado Livre, participaram de um painel no CM Summit falando sobre a importância das comunidades para impulsionar a marca empregadora de uma organização. 

 

Nesse artigo você vai conferir o que rolou nesse painel e conferir algumas dicas que eles deram no bate-papo.

 

Caio Infante é cofundador da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre o tema no país. Ele começou o painel se apresentando e contando um pouco sobre a sua comunidade, que entrega conteúdos, eventos, podcasts, cursos, pesquisas, aplicativo, entre outras coisas. 

 

Caroline Cabral, analista de Employer Branding da Hotmart, disse que a sua carreira é mais focada em públicos de tecnologia.

 

Já Renan trabalha como especialista de Employer Branding e Talent Acquisition dentro do Mercado Livre, focado também em tecnologia. 

 

 

Pra começar a conversa, Caio perguntou como cada um deles definiria o que é uma comunidade. Confira o que a Caroline Cabral respondeu:

 

“Então, pensando no contexto de marketing de relacionamento, as comunidades são grupos de pessoas que têm ali uma afinidade, algum tema em comum e elas acabam se estruturando em torno daquilo, fazendo movimentos em torno daquilo. E, um ponto muito legal para gente poder falar sobre como as comunidades de fato elas acontecem. Não necessariamente é por pessoas fazerem parte de um determinado mercado ou serem de uma determinada profissão. Elas já se configuram como comunidade para que uma comunidade ela exista e ela seja, é possível de se relacionar e ter práticas ali com aquela comunidade precisa de simbologias, de rituais que marcam esse grupo que está ali em volta desse propósito.” 

 

Caio perguntou pro Renan como ele definiria o tal employer branding.

 

“Employer branding ou marca empregadora de uma forma super prática, é você utilizar toda empresa, tem uma marca, ela tem diversas vertentes, mas uma delas é como que a gente se posiciona como um local para se trabalhar, qual é a proposta de valor da minha empresa quando eu olho para ela pensando que eu posso trabalhar nessa empresa, pensando que eu posso ser um colaborador dessa empresa? O employer branding ele trabalha esse aspecto da marca e esse aspecto ele vai muito além de você postar uma vaga no LinkedIn… é uma estratégia de comunicação, uma estratégia de branding muito bem costurada, e ela acaba tendo impacto em toda a jornada do colaborador.”

Já Caroline respondeu: “Eu acho que uma coisa legal pra gente pensar, que vai ter relação do employer branding com a comunidade também é na mudança, no comportamento humano em relação aos aspectos do trabalho, se a gente parar para pensar um pouco, antes o trabalho estava muito mais num local de provedor. Está ali para prover algo para você. Isso mudou, isso vem mudando, principalmente com as gerações…também o branding, de modo geral, estuda esses movimentos são movimentos muito interessantes, mas pensando especificamente na empregadora, as pessoas não querem só ir lá trabalhar, voltar para casa. Elas querem propostas, querem se conectar e o trabalho, ele tem um local, ele tem um lugar na vida das pessoas de muita importância. Então, as empresas precisam entender esse comportamento humano… como que de fato as pessoas enxergam o trabalho e, consequentemente, as empresas que estão dentro desse contexto e se colocar nisso, se colocar de maneira assertiva, porque a competição de talentos ela tá aí. Falar sobre pessoas é falar sobre o negócio, necessariamente, isso é muito importante e ter um time é bom, performando bem.”

 

Em um momento do bate-papo foi mencionado o desafio que existe na aquisição de talentos para as áreas de tecnologia no Brasil, principalmente pela diversidade de tecnologias que existem no mercado.

 

Foi mencionada a importância das comunidades especificamente para essa área da tecnologia porque as comunidades de tecnologia se fomentam, crescem bastante, os membros trocam muita informação e aprendem uns com os outros. 

 

Eles mencionaram alguns benefícios de fazer parte dessas comunidades, como:

 

  • não ter medo de errar
  • você aprende quais são as dores
  • você vê quais são os receios
  • você tira insights que dificilmente conseguiria tirar em processos seletivos pontuais

 

Nessa conversa também discutiram sobre o trabalho que dá criar conteúdo e manter uma comunidade engajada.

 

Algumas das dificuldades mencionadas por eles:

 

  • entender qual o perfil das pessoas que estão naquela comunidade específica
  • quais que são os canais que elas acessam
  • fazer o mapeamento de personas
  • entender qual é a história que você vai contar para eles

 

E falando sobre marca empregadora, você tem que saber como vender a proposta de valor da sua empresa, qual é a proposta de valor da empresa pra tal público, o que eles identificam, o que vai brilhar o olhinho deles.

 

Renan Vidmontas deu um exemplo explicando o que envolve uma marca empregadora. 

 

“Vamos supor que você queira gerar um conteúdo de valor para uma comunidade de tecnologia e aí você monta um meetup (online ou presencial), dentro da sua empresa para atrair essa galera de tecnologia… você vai fazer esse meetup sempre com o mesmo assunto, para essa mesma galera, sem entender depois o que eles acharam que pode melhorar? Não, é uma evolução contínua, então a galera vai falar o que achou, se gostou, se o conteúdo gerou valor, se não gerou valor, o que vai destrinchar daquele conteúdo? E o principal depois também que esse dá além de tudo isso dá trabalho, o pós dá muito trabalho também, tá, que é como a gente vai tratar essas pessoas que acabam virando os nossos leads… não adianta só levantar um monte de lista de contato, de lead… você precisa tratar essa lista, precisa continuar gerando engajamento dessas pessoas com a sua marca. Gente, tudo isso é um trabalhão.”



Falando sobre a comunidade da Hotmart, Carol mencionou que a empresa sempre fomentou as comunidades de tecnologia. No início, a comunidade não tinha uma estratégia de relacionamento por trás. Isso é bom porque gerou avanços. Só que essa essa forma de se fazer isso não é, não usufrui todo o potencial que você pode usufruir tendo uma estratégia de gestão de comunidades. 

 

Por isso, a Hotmart viu que precisava de uma estratégia mais robusta para melhorar. 

 

Então, foi criada a Hot Hackers, a comunidade de pessoas desenvolvedoras de software da Hotmart. 

 

A Hot Hackers começou muito focada em rituais pra que as pessoas se identificassem como membros dessa comunidade. Agora, além desses rituais, eles contam com conteúdos, blog, newsletter, uma comunidade em um aplicativo e também estão finalizando um projeto de podcast, que em breve vai sair os primeiros episódios para a área de tecnologia. 

 

Depois de contar um pouco sobre a comunidade da Hotmart, Caroline falou sobre uma coisa muito importante na hora de contratar alguém.

 

“A comunidade está baseada no que realmente as pessoas vivem ali dentro da empresa e aí sim vai fazer sentido para ela. Tanto que as mensagens chaves que a gente usa nesse trabalho, nos conteúdos elas não são mensagens como: venha trabalhar com a gente, está aqui a nossa vaga. O que a gente leva de mensagens é, estamos aqui fazendo um trabalho relevante, que tem potencial de gerar valor na sua vida profissional e se você achar legal, se achar que faz sentido, você tem a chance de fazer parte dessa comunidade junto com a gente, que é muito diferente de chegar na pessoa e falar, tem vaga, vem fazer parte.”



Sobre o papel das da comunidade dentro das estratégias de employer branding, Renan disse que o primeiro ponto é:

 

 

  • Entender com quem você vai falar e por que você precisa falar com aquela comunidade. 

 

 

Deve-se perguntar: Quem que a gente precisa atrair, quais são as tecnologias e por que a gente precisa atrair essas pessoas para essas tecnologias? 

 

Então, assim entrar na comunidade é ter um objetivo para falar com aquele público que tem esse mesmo interesse. 

 

O público que você está mapeando hoje pode não ser o mesmo público que você quer atingir daqui 1 ou 2 anos. Isso pode mudar.  Entender essa estratégia, já ajuda muito para um segundo passo.

 

 

  • O que falar e como falar. 

 

 

A partir do momento que você conhece o público com quem vai falar e já tem um objetivo bem definido, você vai entender dentro da sua marca empregadora, o que você vai levar de proposta de valor para esse público.

 

Mencionando a Hot Hackers, comunidade da Hotmart, Carolina conta: “Eu acho que uma das coisas mais interessantes que hoje a Hot Hackers proporciona, é que ela tem uma pegada interna muito forte, o coração da comunidade é engajamento, é fazer com que as pessoas se reconheçam e se entendam pertencentes àquilo, que é a principal entrega… o trabalho da marca empregadora fica tão natural porque as pessoas vivem numa intensidade tão forte aquele propósito e elas se colocam isso para fora também de uma maneira tão orgulhosa, feliz por estar vivendo aquilo.”

 

Ela também mencionou que a comunidade Hot Hackers tem como ritual os eventos onde as pessoas podem se encontrar e discutir sobre temas que têm interesse. Esse é o ritual que mais marca a comunidade, digamos assim, e o maior evento de todos é o Hot N´Code Conference, que teve sua primeira edição em abril de 2022.

 

Pra finalizar o painel, falando sobre o Mercado Livre, Renan disse que existe um forte programa de bootcamps em que contratam pessoas para passarem por uma capacitação dentro do Mercado Livre e com já remuneração. Esse é um processo de 2 meses de bootcamp, onde depois elas vão e entram nas áreas para desenvolver softwares e acabam entrando nas nossas unidades de negócio.

 

Por causa dessa comunidade, a galera sente o desejo de fazer parte do time do Mercado Livre.

 

Assista ao painel completo no vídeo abaixo:

 

 

 

 

Emiliano Agazzoni
Emiliano é o maior especialista em estratégias para comunidades do Brasil e desenvolveu o primeiro curso e workshop sobre estratégias de comunidades do país antes de fundar a Community Manager School.

 

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