Saiba como montar uma comunidade em 2021

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Como montar uma comunidade em 2021

15 anos atrás não existiam smartphones.

5 anos atrás não tínhamos o hábito de pegar um Uber no Brasil.

1 ano atrás não imaginávamos que a internet ajudaria a manter vivas nossas comunidades físicas.

1 mês atrás percebemos que uma nova pandemia pode voltar a surgir em pouco tempo e a cooperação global entre governos e empresas ainda deixa muito a desejar.

Qual é o papel das comunidades neste contexto?

 

O ano novo tá aí e algumas incertezas não desapareceram. Alguns dizem que, até setembro de 2021 estaremos todos vacinados no Brasil, mas ainda não temos clareza de uma campanha de vacinação justa e organizada. A China ameaça não enviar insumos. O estado de São Paulo briga com o Ministério de Saúde. A política e a final da Taça Libertadores toma conta dos meios de comunicação. Enquanto isso, as comunidades tentam enxergar uma luz no fim do túnel.

Para quem quer começar uma comunidade na empresa, organização ou bairro, aqui vão alguns conselhos:

 

1. Online & Remote First

Em 2013 eu e um grupo de empreendedores levantamos a bandeira do trabalho remoto e ainda somos defensores dos espaços de coworking. Em 2014 me juntei com Jorge Pacheco na Plug para iniciar um processo de aceleração no Brasil nunca antes visto. Fomos os evangelizadores do movimento do Futuro do Trabalho junto com empresas como Regus e, posteriormente, We Work. Hoje, os espaços de coworking são parte do meio físico, mas na realidade se transformaram num suporte muito mais efetivo, flexível e dinâmico que qualquer escritório tradicional.

Quando falamos em remote é preciso entender que se trata de um mindset, e não de um espaço. Vai além dos espaços de coworkings. Quando falamos em remote first não trata de um espaço físico. Por exemplo: todos os eventos da comunidade são online, sempre. Não tem lugar para encontros físicos, exceto se alguns membros preferirem se encontrar nas cidade onde moram.

Se você quer montar uma comunidade este ano, comece online, implemente processo remotos e lance sua comunidade espalhada pelo Brasil. Não fique só na sua cidade.


Veja alguns benefícios de ser remote first:

  • Diversidade: sua comunidade expande horizontes e atrai novas pessoas de qualquer estado do Brasil e qualquer parte do mundo. Atrair pessoas em diferentes regiões traz mais diversidade para a sua comunidade.

  • Inclusão: Quando é remoto, é inclusivo porque não é preciso sair de casa ou se deslocar até um ponto físico. Pense num cadeirante, por exemplo. Pense numa pessoa que não tem meios de transporte de fácil acesso ou mora em lugares distantes das grandes capitais. Esta pessoa agora também pode ser parte da sua comunidade.

  • Flexibilidade: Se você monta uma comunidade que não precisa de interação em tempo real, qualquer um pode acessar quando estiver disponível. Apenas em casos de eventos online, lives e meetups virtuais é que haveria um dia e horário definidos para interação com os demais membros. Fora isso, se é virtual, é totalmente flexível.

2. Inove nos formatos

Trabalhar de forma online requer criatividade para inovar em formatos de interação com os membros da comunidade. As comunidades online existem há décadas - desde o começo da internet global. A própria internet era uma comunidade aberta e inclusiva com colaboradores no mundo inteiro.

Hoje, temos o caso da Wikipedia e as plataformas de Open Source, como Linux, onde roda o famoso Android. Todas elas são mantidas pela comunidade. Este formatos são conhecidos. Os fóruns e plataformas de suporte para comunidades funcionam há mais de 30 anos. A realidade é que aquelas comunidades eram formadas apenas por desenvolvedores. A interação das pessoas com a internet foi mudando ao longo do tempo. Muitos profissionais não estavam acostumados com o mundo 100% online até 2020. Devemos fazer uma transição graduada, ajudando cada membro a se adaptar à nova comunidade online.

Realizar reuniões de brainstorming e colaboração de projetos em pequenos grupos são muito efetivas. Usar ferramentas como Zoom, Meet ou Teams + Mural ou Miro tornam isso possível.

Realizar lives ou eventos online inovando os formatos de networking e interação entre as pessoas é fundamental. Acabou o evento e depois o que acontece? Onde as pessoas continuam interagindo? Tem um Happy Hour virtual? Tem um aplicativo da comunidade que facilita tudo isso? Hoje, pra isso, temos ferramentas como InEvent, Round the World ou o próprio Mighty Network.

Não tente imitar os encontros físicos copiando os formatos e levando para o online. Inove, use a criatividade. As pessoas buscam diferentes níveis de interação. Converse com eles e traga novas propostas para sua comunidade.

3. Esqueça o físico

Não conte com o mundo físico. Se você está no Brasil e a vacinação completa está prevista para setembro de 2021, pense que isso vai acontecer no final do ano ou ainda em 2022. Grande eventos só vão acontecer em 2022.

Se você começar uma comunidade online, remote first e com novos formatos para integrar e incluir as diferentes personas da sua comunidade, o mundo físico vai ser um suporte e extensão da experiência da sua comunidade que, com o tempo, ajudará você a entender o melhor formato para os encontros presenciais.

Pense assim: as comunidades são uma experiência da sua marca ou negócio. Trazer essas experiências para o mundo online é necessário e fácil de acontecer. O físico vai evoluir organicamente e, se você cuidar da sua comunidade entregando valor e aprimorando seus rituais com feedbacks, os próprios membros vão te ajudar a pensar e até coordenar os encontros no mundo físico.

Espero que você tenha gostado destas dicas. Mais para frente vou recomendar diferentes plataformas para você explorar na sua comunidade online. ;)

 

Fique ligado e participe do canal de Telegram e do meetup virtual: https://t.me/CM_Broadcast

 

Emiliano Agazzoni
Emiliano é especialista em estratégias para comunidades e desenvolveu o primeiro curso e workshop sobre estratégias de comunidades do Brasil.

 

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