Como engajar a sua comunidade com conteúdo

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Como engajar a sua comunidade com conteúdo

Emiliano Agazzoni e Lia Penteado falam sobre hacks super valiosos para criar conteúdo poderoso para as comunidades.


Lia Penteado é Community Manager da MixTape e Gama Academy e tem formação em Comunicação e Design, por isso é apaixonada por conteúdos. Já trabalhou em agências com conteúdos voltado para educação e já teve sua própria agência de design, além de um coworking, que possibilitou sua entrada no mundo das comunidades.

Neste papo com Emiliano Agazzoni, a Community Manager da Gama Academy passa algumas dicas especiais para criar conteúdo para a sua comunidade.

 

Lia Penteado: Quando você vai pensar conteúdo pra sua comunidade, é importante você criar uma cadência, ou seja, uma constância de divulgação, de criação. Determine também uma programação para o seu conteúdo, por exemplo, toda segunda-feira falar do assunto X, toda terça do assunto Y. Não precisa ser necessariamente assim, a estratégia pode ser outra, mas o importante é ter cadência.

Emiliano Agazzoni: Configure dias e horários, temas específicos e as pessoas lembram disso, já ficam esperando.

Lia: Conforme você vai trabalhando seu conteúdo, você vai entendendo os dias que engajam mais (que dia/horário as pessoas curtem mais, conversam mais, compartilham mais).

Emiliano: Quando estou fazendo a programação, como sei qual conteúdo devo criar? Você sempre fala sobre o mapa de empatia…

Lia: Isso, sou apaixonada pelo mapa de empatia. É uma técnica de criação de persona, que vai te ajudar a entender mais profundamente os membros da sua comunidade e, muito mais que isso, os hábitos. Primeiro, os valores. Quais são os valores dos membros da comunidade? Se elas estão numa comunidade, elas já compartilham valores, mas além disso, quais são os interesses dessas pessoas (o que gostam de consumir, de assistir, de ler), qual deve ser a linguagem… Por ex, na Gama, toda comunicação da comunidade é muito jovem - tem memes, figurinhas - porque é a linguagem do nosso aluno, então quando a gente os entende, sabe que eles são gamers e, se eles são gamers, gostam deste tipo de influencer, etc. O mapa de empatia vai perguntar o que ele vê, ouve, sente - tudo isso pra entender os interesses e, a partir disso, criar conteúdo adequado.

 

Emiliano: Este mapa é o primeiro passo, não é um hack. É obrigação para o planejamento. Eu vejo muito desse planejamento na sua newsletter MixTape, não é isso?

Lia: MixTape é meu projeto pessoal no qual eu falo de tecnologia, mas com um viés humano porque para pensarmos em transformação digital a gente tem que pensar em transformação humana. Criei seções na newsletter que tem a ver comigo e com o que eu quero falar. Como eu sou taróloga, tem uma seção tarô. Tem a “rapidinhas", que é uma seção com dicas mais curtas, etc. Importante ter seções pré-estabelecidas para a newsletter, mas isso não quer dizer que você não pode fazer surpresas. Criar um elemento surpresa de vez em quando é muito legal também.

Emiliano: Esse elemento surpresa pode ser considerado um hack. Pensar fora da caixa…

Lia: Exatamente. O que pode ser um elemento surpresa? Um formato que você não tenha testado ainda ou um assunto diferente do que você trata. Por ex, na MixTape já falei sobre diversidade de corpos, mas o que isso tem a ver com tecnologia? Pra mim tem muito a ver, pois entra na questão do humano, então eu crio essas relações.

Outra dica: para otimizar seu tempo, você pode utilizar plataformas para programar conteúdo. Temos plataformas muito boas no mercado, como MLabs, MailChimp, Active Campaign, SubsTech, etc. Para criar a cadência, como falamos, você precisa criar uma programação, então automatize essa programação.

Otimize seu conteúdo. Imagine que você fez uma live de 1 hora na sua comunidade que foi muito legal. Poxa, você não vai deixar esse material super rico só ali no IGTV. Você pode jogar num editor de vídeo e quebrá-lo em conteúdos menores que você vai usar para abastecer sua rede social. Você pode também transformá-lo em cards com bullet points dos principais pontos conversados. Esse conteúdo também pode virar um texto corrido de newsletter, ou seja, otimize seu conteúdo.

Emiliano: Pode quebrar o conteúdo em drops… Eu uso muito porque me ajuda a organizar os pensamentos. Já transformei drops em artigo, um texto com mais profundidade, por ex. Isso funciona muito.

Pergunta da Nina para Lia:
Qual a principal dificuldade na hora de criar conteúdo e como medir o interesse do público quanto a esses conteúdos?

Lia: Depende muito de comunidade para comunidade. Depende, por ex, de quantas pessoas estão ali trabalhando, mas o principal é o mapa da empatia. Se você não sabe o que a comunidade quer receber de conteúdo, você vai ficar testando, testando e não vai engajando, engajando. Sobre a outra pergunta - como medir interesse - é fazendo pesquisas. O Emiliano sempre faz pesquisas no CM Broadcast, por ex. É perguntando pra comunidade (é o mais básico).

Emiliano: A ferramenta em si não é um hack, mas ali você tem funcionalidades que ajudam a implementar esses hacks. Perguntar para a comunidade não é algo tão simples no WhatsApp e no Slack, mas no Telegram ou num grupo do Facebook, já tem features prontas, como as enquetes.

Lia: Ou faz um simples Google Forms. Já te ajuda.

Emiliano: Nina, uma dificuldade que eu tinha era pensar em algo original para postar/escrever. Uma dica minha é: tem que ler muito, tem que estudar. Eu também saio do chuveiro cheio de ideias. Saio e anoto tudo num papel. E, depois que você começa a “andar”, tudo fica mais fácil, mais fluído.

Pergunta da Manu para Lia:
Vocês fazem essa programação mensal, quinzenal? Como medir os melhores dias e horários?

Lia: Sobre medir, depende da plataforma. Sobre a frequência, depende, mas eu acho mais fácil mensalmente e com um mês de antecedência. Estamos em março, mês da mulher… Quais os assuntos que teremos na comunidade? Comunidade de mulheres em tecnologia, por ex, é super importante. Março é tipo Natal - é mês mais importante para essa comunidade. Tem os conteúdos evergreen, conteúdos perenes, que nunca caem, que nunca se perdem.

Sabe como eu preparo meus conteúdos? Vou lendo as newsletters que eu assino, as ideias vem, eu jogo pro meu backlog e aí sento para escrever, então cada canal e cada comunidade vai ter sua própria dinâmica. Tem gente que usa Trello (ótimo para backlog), mas eu uso o Notes, do Mac. Crio abas para assuntos.

Lia: Puxar a comunidade para construir conteúdo com você. Cocriar conteúdo com a comunidade é outra dica. Tem gente que fala que é difícil, que as pessoas são ocupadas, mas depende do quanto cada membro quer contribuir. Às vezes ela quer contribuir para trabalhar a autoridade dela. Na Gama a gente costuma chamar nossos alumni para serem hosts em alguns meetups.

Outra dica é olhar para os dados. Como sei que este conteúdo está agradando? Olhando para os resultados. Quando a gente fala de redes sociais, é o número de likes, de curtidas, de comentário… Cada plataforma te entrega próprios dados. Houve um pico, o que houve? Foi determinado assunto…



O que é curadoria de conteúdo? Quando você faz um mapa de empatia bem feito, você entende quais canais sua comunidade assiste, então você acompanha, puxa assuntos dali e faz uma curadoria. Estamos vivendo agora o fomo - fear of missing out. A gente tem tanta informação e não queremos perder nada, o que pode acabar gerando ansiedade. Então, quando você assina uma newsletter, sabe que aquilo é um conteúdo curado, ou seja, de tudo que tá acontecendo, aquela pessoa pinçou o que está acontecendo de mais importante e te entrega. Quando, na sua comunidade, você tem a confiança que aquela newsletter te entrega o melhor do que acontece no mundo, é ideal. Pra isso serve a curadoria.

É preciso ter um pouquinho de espaço pro humor e também terminar com um call to action (“o que você acha?”), pedindo para as pessoas participarem da conversa.

Quer assistir à live? É só clicar aqui.

E você, o que achou deste papo com a Lia Penteado? Conta aqui ;)

 

Amanda Salim
Amanda é jornalista, cofundadora da CM School e Head of Community for Latam no Mercado Favo. 

 

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